O lançamento do BYD Dolphin Mini, em 2024, movimentou o mercado de carros elétricos de entrada no Brasil. Entre os concorrentes, o Renault Kwid E-Tech foi o mais “afetado”, por assim dizer, precisando se adaptar para manter competitividade.
O subcompacto da marca francesa, vale lembrar, chegou ao Brasil um pouco antes, em 2022, por R$ 142.990, sendo, na época, o EV mais barato do mercado. Com a chegada do pequeno BYD, os preços foram reduzidos e chegaram a R$ 99.990 – uma queda de nada desprezíveis R$ 43.000.
Mesmo assim, a ação não foi suficiente para que as vendas reagissem ao Dolphin Mini. Em setembro deste ano, por exemplo, foram apenas 74 unidades, número que representa uma pequena fração das 3.392 alcançadas pelo modelo chinês.
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Fonte: Renault
Agora, para a linha 2026, a marca francesa reage novamente e alinha seu subcompacto ao visual atualizado já oferecido no exterior no primo europeu Dacia Spring. Segundo a Renault, a mudança foi completa, abrangendo todas as peças da carroceria redesenhadas — apenas o teto foi mantido.
Mas será que desta vez as mudanças serão suficientes para bater o BYD Dolphin Mini? A marca acredita que sim, e resolveu dobrar a aposta: além do preço mantido em R$ 99.990, o subcompacto passa agora a contar com sistemas de segurança ADAS, item ausente no BYD.

Foto de: Renault

Equipamentos
No interior, o elétrico da Renault também avançou consideravelmente em ergonomia e na tecnologia, ganhando painel de instrumentos 100% digital de 7” e central multimídia de 10” com conexão sem fio para Apple CarPlay e Android Auto. O novo volante multifuncional passou a contar com ajuste de altura, enquanto o câmbio e-shifter substituiu o antigo seletor giratório.
Em equipamentos, entretanto, ainda fica devendo alguns itens para o Dolphin Mini, que traz banco do motorista elétrico, central multimídia com tela giratória de 10,1″, ar-condicionado automático, câmera panorâmica, freio eletrônico e freios a disco nas quatro rodas.

Foto de: Renault
Motor e baterias
Apesar das melhorias em design e tecnologia, o conjunto motriz não mudou. O Kwid E-Tech 2026 segue com motor elétrico de 65 cv (48 kW) e bateria de 26,8 kWh, que garantem autonomia de 180 km segundo o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV/Inmetro), um número que na prática pode chegar aos 240-250 km com uma carga.
Segundo a Renault, os tempos de recarga variam de acordo com o tipo de carregador: menos de 9 horas em tomada doméstica de 220V, 3 horas em wallbox de 7 kW, e 45 minutos em carga rápida DC de 30 kW, sempre entre 20% e 80%.

Ainda são números consideravelmente inferiores aos do Dolphin Mini, que traz na versão GS um motor dianteiro com 75 cv (55 kW) e 13,8 kgfm, enquanto as baterias do tipo Blade, de LFP, tem 38,8 kWh (37 kWh úteis), com autonomia homologada no Brasil de 280 km e recarga em até 6,6 kW em AC e 40 kW em DC.
| Especificações | Renault Kwid E-Tech 2026 | BYD Dolphin Mini GS |
| Motor | Elétrico dianteiro | Elétrico dianteiro |
| Potência | 65 cv (48 kW) | 75 cv (55 kW) |
| Torque | 11,5 kgfm | 13,8 kgfm |
| Tipo de bateria | NMC (Íon-lítio) | LFP (Blade Battery) |
| Capacidade da bateria | 26,8 kWh | 38,8 kWh (37 úteis) |
| Autonomia (PBEV/Inmetro) | 180 km | 280 km |
| Recarga AC | 7 kW | até 6,6 kW |
| Recarga DC | (30 kW) | até 40 kW |

Foto de: Renault

Dimensões
Ainda que o Dolphin Mini seja consideravelmente maior em praticamente todas as medidas, o Kwid dá o troco no tamanho do porta-malas. São 290 litros contra 230 litros do chinês. Apesar de os 1.715 mm de largura e 2.500 mm de entre-eixos do Dolphin não fazerem milagres, é dele a exclusividade na categoria de oferecer capacidade para cinco passageiros, contra quatro do Renault e dos demais concorrentes.

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