Saúde e Bem Estar

Detox digital: o que acontece com o seu cérebro quando você se desconecta


A nova moda entre jovens da Geração Z é fazer um ultimato digital e anunciar uma pausa das redes sociais em nome da saúde mental. Nas redes, multiplicam-se os stories e postagens com avisos de detox tecnológico e pausa estratégica, movimentos que lembram verdadeiros retiros espirituais e que, segundo especialistas, podem trazer benefícios reais ao cérebro.

Nos últimos meses, o chamado detox digital tem ganhado força, com jovens declarando afastamento temporário das redes para recuperar o foco ou cuidar da mente. Alguns permanecem offline por poucas horas, outros somem por semanas, numa tentativa de romper com o ciclo de estímulos e comparações das plataformas.

Embora escolas em diferentes países tenham adotado medidas para restringir o uso de celulares em sala de aula, ainda não há comprovação de que essas regras estejam relacionadas à decisão dos jovens de se desconectarem. Pelo contrário, estudos citados pela National Geographic indicam que o uso excessivo de celulares é o principal fator que motiva o desejo de afastamento.

As redes, cada vez mais sofisticadas, são projetadas para prender a atenção do usuário, mas crescem os sinais de fadiga digital. Para muitos, a necessidade de se desconectar vem acompanhada de sintomas típicos de abstinência. A psiquiatra Anna Lembke explicou à National Geographic que o cérebro reage à falta de estímulos, como o gesto automático de rolar o feed, com uma queda na produção de dopamina, o neurotransmissor associado ao prazer.

Segundo Lembke, o segredo é resistir. Nos primeiros dias, o cérebro sente falta do comportamento que virou um ritual, mas, ao longo do tempo, encontra novas formas de gerar prazer. Atividades físicas, hobbies criativos ou momentos de lazer longe das telas ajudam nessa adaptação.

Profissionais ouvidos pelo site Very Well Mind apontam diversos benefícios do afastamento digital: maior proteção da privacidade, redução das comparações sociais, descoberta de novos hobbies, mais tempo livre e sono de melhor qualidade, além da melhora do humor e redução da ansiedade.

A pesquisadora Paige Coyne, autora de um estudo sobre os impactos do detox digital na saúde, afirma que não existe uma fórmula única. Reduzir gradualmente o tempo de tela, definir horários de descanso e excluir aplicativos que consomem tempo em excesso já são passos eficazes.

Quem deseja um corte mais radical pode adotar celulares simples, sem aplicativos, e resgatar hábitos analógicos. A ideia não é trocar a dependência das redes por vício em Tetris, mas usar o tempo de forma mais consciente.

O retorno ao essencial, garantem especialistas, pode não render fotos instagramáveis, mas oferece algo mais valioso: tranquilidade mental, sono restaurador e uma reconexão genuína com o mundo fora das telas.

Especialista explica como diferentes vínculos, reais ou simbólicos, contribuem para lidar com a ansiedade, o luto e o estresse do dia a dia

Rafael Damas | 19:00 – 22/10/2025



Fonte: Notícias ao Minuto

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