O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) publicou nesta segunda-feira (13) a tabela com os novos valores dos benefícios pagos pelo órgão em 2025. Dependendo do caso, o benefício foi corrigido pelo reajuste do salário mínimo, de 7,51%, ou pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2024, de 4,77%.
Os novos valores foram publicados em portaria conjunta dos Ministérios da Fazenda e da Previdência Social no Diário Oficial da União. A portaria também oficializou o teto de R$ 8.157,40 do INSS em 2025 e as novas faixas da tabela de desconto no contracheque, divulgadas na sexta-feira (10).
Os novos valores, referentes a janeiro, só serão pagos a partir do fim deste mês ou do início de fevereiro. Para quem recebe o salário mínimo, o pagamento dos benefícios vai de 27 de janeiro a 7 de fevereiro. O pagamento dos benefícios acima do mínimo com a correção de 4,77% vai de 3 a 7 de fevereiro. A data de pagamento varia conforme o número final do cartão de benefício, desconsiderando o dígito verificador, que aparece após o traço.
Benefícios com reajuste de 7,51%:
• Benefício de Prestação Continuada (BPC) / Lei Orgânica de Assistência Social (Loas): de 1.412 para R$ 1.518 (um salário-mínimo);
• Auxílio-reclusão, pago a famílias de presos de baixa renda em regime fechado: de R$ 1.412 para R$ 1.518 (um salário-mínimo);
• Auxílio a pescadores, mestres de rede e patrão de pesca: de R$ 1.412 para R$ 1.518 (um salário-mínimo);
• Pensão especial para vítimas da talidomida: de R$ 1.412 para R$ 1.518 (um salário-mínimo);
• Pensão especial a dependentes das vítimas da hemodiálise em Caruaru (PE): de R$ 1.412 para R$ 1.518 (um salário-mínimo);
• Benefícios a seringueiros e seus dependentes: de R$ 2.824 para R$ 3.036 (dois salários-mínimos);
• Teto de indenizações do INSS ganhas nos Juizados Especiais Federais: de R$ 84.720 para R$ 91.080 (60 salários-mínimos).
Benefícios e faixas com reajuste de 4,77%:
• Cota do salário-família: de R$ 62,04 para R$ 65;
• Remuneração mensal para ter direito ao salário-família e ao auxílio-reclusão: de R$ 1.819,26 para R$ 1.906,04;
• Pensão especial para pessoas com hanseníase internadas compulsoriamente: de R$ 2.012,32 para R$ 2.128,31;
• Diária para deslocamento a perícia médica ou reabilitação profissional longe da residência do segurado: de R$ 130,10 para R$ 136,31;
• Teto do INSS: de R$ 7.786,02 para R$ 8.157,41;
• Faixas da tabela de contribuição ao INSS: todas as faixas subiram para os seguintes valores:
A Advocacia-Geral da União (AGU) enviou nesta sexta-feira (13) ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, um pedido de esclarecimento sobre a decisão que determinou ao governo federal a adoção de medidas imediatas para proibir o uso de programas sociais para realização de apostas eletrônicas, conhecidas como bets.
No documento, a AGU informa que há dificuldades operacionais para cumprir a decisão do ministro Luiz Fux, do STF, proferida no mês passado, para impedir gastos dos beneficiários com as apostas.
O governo federal apontou que há dificuldades para identificar nas contas os recursos provenientes dos benefícios e o dinheiro de outras fontes de renda. Dessa forma, não é possível impedir que a conta seja utilizada para apostas.
Outro esclarecimento feito pela AGU trata da abrangência da restrição das apostas. O objetivo é esclarecer se a determinação vale também para apostas de bets estaduais.
Barreiras
“A adoção de medidas imediatas encontra barreiras de ordem prática de difícil superação, razão pela qual faz-se imprescindível o aclaramento do acórdão recorrido”, afirmou a AGU.
Não há prazo para o julgamento do pedido de esclarecimento. No dia 14 de novembro, o plenário do Supremo ratificou a liminar proferida por Luiz Fux.
Na decisão, o ministro também determinou que as regras previstas na Portaria nº 1.231/2024, do Ministério da Fazenda, sobre a proibição de ações de comunicação, de publicidade e propaganda e de marketing dirigidas a crianças e adolescentes tenham aplicação imediata.
O processo que motivou o debate foi protocolado no STF pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
A entidade questiona a Lei 14.790/2023, que regulamentou as apostas online de quota fixa. Na ação direta de inconstitucionalidade (ADI), a CNC diz que a legislação, ao promover a prática de jogos de azar, causa impactos negativos nas classes sociais menos favorecidas.
Brinquedos serão doados a crianças de famílias em vulnerabilidade, moradoras de Hortolândia
Em Hortolândia, a união faz a força para fazer mais feliz o Natal deste ano das crianças em vulnerabilidade. Bolsistas de um programa social da Prefeitura confeccionaram roupinhas novas para 40 bonecas seminovas, doadas à campanha de arrecadação de brinquedos, realizada pelo Fundo Social de Solidariedade, neste ano.
As aprendizes participam do curso de Qualificação em Costura Industrial no CQP II (Centro de Qualificação Profissional) “Costura & Moda”, órgão vinculado à Secretaria de Inclusão e Desenvolvimento Social. Elas fazem parte do Programa Acerte (Ação Cidadã de Requalificação, Trabalho e Educação), vinculado à Secretaria de Governo, no âmbito do qual são responsáveis pela confecção dos uniformes escolares distribuídos aos 26 mil estudantes da rede municipal de ensino.
A campanha “Hortolândia Solidária: alegre uma vida”, iniciada em outubro deste ano, encerrou a etapa de arrecadação de brinquedos seminovos no último dia seis deste mês, mas ainda receberá os novos até a próxima terça-feira (17/12). Depois de coletados, todos os brinquedos passam por uma triagem e, quando necessário, são enviados às equipes parceiras para que sejam feitos pequenos reparos e fiquem prontos para a doação às crianças, conforme a idade e sexo dos pequeninos.
Quem quiser colaborar com a campanha, doando brinquedos novos, pode comparecer a um dos 17 pontos de coleta de brinquedos espalhados por Hortolândia ou comparecer à sede do Fundo Social, na Rua José Athanázio Bueno, 260, na Vila Santana.
A campanha já começou a distribuir alegria aos pequeninos da cidade, atendidos por meio da Assistência Social e de entidades parceiras do Poder Público e do Fundo Social.
“A doação de brinquedos para a campanha liderada pelo Fundo Social é fundamental para que possamos fazer muitas crianças felizes. Neste caso, aproveitamos que algumas bonecas estavam sem roupa e fizemos a confecção das roupinhas. Um gesto simples, mas tão significativo que, a partir de 2025, vai fazer parte da grade dos cursos de Costura Criativa executados pela Secretaria e uma inédita oficina de confecção de brinquedos”, afirmou o secretário de Inclusão e Desenvolvimento Social, Gérson Ferreira.
Consulte os locais de coleta da Campanha de Arrecadação de Brinquedos 2024:
1. Clínica Odontológica RA – R. Circular do Sítio de Recreio II, 289 – Jardim Santa Izabel
2. Estúdio Veroni Pilates – R. Antônio Fernandes Leite, 691 – Jardim Santa Izabel
3. Etec – Escola Técnica Hortolândia – R. Cap. Lorival Mey, 750 – Remanso Campineiro
4. Colégio Trilha das Letras – R. Cap. Lorival Mey, 300 – Remanso Campineiro
5. Câmara Municipal de Hortolândia – R. Joseph Paul Julien Burlandy, 250 – Parque Gabriel
6. Skyfit Academia Hortolândia – Rua Caetano Basso, 170 – Vila São Francisco
7. Smart Fit Academia Hortolândia – R. José Camilo de Camargo, 05 – Lot. Remanso Campineiro
8. Colégio Clemente Pavan – R. Benedito Leite, 180 Jardim Santa Izabel
9. Unasp Hortolândia – Rua Pastor Hugo Gegembauer, 265 – Parque Ortolândia
Evento de doação simbólica, nesta segunda-feira (02/12), contou com a presença do prefeito Zezé Gomes
Representantes de OSCs (Organizações da Sociedade Civil) e projetos sociais de Hortolândia, atendidos pelo Fundo Social de Solidariedade e pelo Programa Banco de Alimentos da Prefeitura, participaram, na tarde desta segunda-feira (02/12), da cerimônia de entrega simbólica das cestas natalinas. Ao som do grupo musical Madeira Brasil, a cerimônia aconteceu no teatro “Augusto Boal”, da Secretaria de Cultura, no Jd. Amanda II.
Para o prefeito José Nazareno Zezé Gomes, é hora de celebrar a parceria entre o Poder Público e a sociedade civil, em benefício da população de Hortolândia.
“A gente precisa olhar para as pessoas que mais precisam. As entidades são os olhos do governo. Chegam onde a gente não pode chegar. A partilha é a gente poder doar um pouco a quem precisa. Gratidão a todos”, comentou Zezé.
As 2.500 cestas de alimentos doadas no evento foram coletadas, por meio da campanha “Hortolândia Solidária”, realizada ao longo do ano. Segundo o Fundo Social, deste total, 900 serão entregue às instituições atendidas pelo Banco de Alimentos da Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia; aproximadamente 400 irão para os bolsistas do Programa Acerte (Ação Cidadã de Requalificação, Trabalho e Educação), vinculado à Secretaria de Governo, e 1.200 são destinadas a famílias e projetos sociais a serem atendidas pelo Fundo Social até o dia 19 deste mês.
“A gente está muito feliz por, neste final de ano, entregar esta pequena cesta de Natal. Agradecemos muito a nossos parceiros que doaram e a vocês que representam as entidades e farão chegar estas cestas às famílias que precisam”, afirmou a presidente do Fundo Social, Maria dos Anjos Assis Barros.
Para a diretora do Departamento de Segurança Alimentar, Alessandra Sarto, a ação resulta da união de forças.
“Quero reiterar a importância dessa ação de mais um ano em que o Fundo Social se mobiliza para fazer a diferença no Natal das organizações atendidas pelo Banco de Alimentos. A entrega da cesta simboliza o carinho e o afeto da ocasião que o alimento transmite. Para além do alimento, a cesta natalina traz a alegria e o aconchego do Natal. Já fizemos a entrega em duas OSCs e tem um cronograma de entrega nas demais”, afirmou a gestora.
“Para as famílias, é muito gratificante. Fortalece este momento de reunião familiar”, afirmou a assistente social da Apae Hortolândia (Hortolândia (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais), Manoela Gomes. A entidade terá 72 famílias beneficiadas.
Já no CCSP (Centro Comunitário São Pedro), 45 famílias receberão a cesta especial de Natal. “Esta cesta representa uma diferença na vida dessas famílias. Em tempos de desemprego, faz a diferença principalmente para aquelas famílias com 3 a 4 crianças. Ajuda muito na questão financeira”, avalia o coordenador do CCSP, Laurindo Manoel da Silva.
Encontro promoveu debates sobre inclusão social, combate ao racismo, fim da violência contra a mulher e prevenção da AIDS
Debater questões como o racismo e a violência contra a mulher, celebrar a inclusão social e, ainda, conhecer um pouco mais sobre a influência afro para a criação de diversos estilos musicais. Assim foi a noite desta segunda-feira (25/11) para quem compareceu ao Museu Municipal de Hortolândia “Estação Jacuba”, durante o lançamento oficial da campanha “21 Dias de Ativismo: Nossa Voz, Nossa Vida”. O evento contou com apresentações musicais do Quinteto Cultura, barracas de food truck e discursos de representantes de conselhos municipais e das Secretarias de Cultura, de Saúde e dos Departamentos de Direitos Humanos e da Mulher, ambos vinculados à Secretaria de Governo.
“Você ri da minha roupa. Você ri do meu cabelo. Você ri da minha pele. Você ri do meu sorriso”. Caracterizados com peruca black power e munidos de instrumentos percussivos, crianças e jovens com deficiência atendidos pelo projeto inclusivo “Luta Pela Vida Hortolândia” deram início à cerimônia com uma coreografia adaptada. Ao som da música “Olhos Coloridos”, de Sandra de Sá, os jovens sensibilizaram o público, de uma forma alegre e descontraída, sobre a questão do racismo estrutural na sociedade.
Presente na cerimônia de lançamento da campanha, a diretora do Departamento de Direitos Humanos, Marlene Batista, acredita que a luta pelo combate ao racismo exige ativismo. “A luta antirracista exige dois pensamentos fundamentais: o primeiro é ter a certeza que o Brasil é um país racista e o segundo é se manifestar diante de situações de racismo. Maya Angelou foi uma mulher preta, ativista, escritora, que viveu durante o regime do Apartheid, nos Estados Unidos. Eu gostaria de citar um trecho do poema dela, ‘Ainda Assim Me Levanto’, que diz: ‘Você pode me fuzilar com palavras. E me retalhar com seu olhar. Pode me matar com seu ódio. Ainda assim, como ar, vou me levantar’”, conclui Marlene.
Além de trazer à tona o debate sobre a consciência negra e o combate ao racismo, a campanha “21 Dias de Ativismo” alude ao fim da violência contra a mulher. A diretora do Departamento da Mulher de Hortolândia, Josefa Teixeira, relembrou que a data de lançamento da campanha coincide com o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher e citou estimativas globais de feminicídio compiladas pela ONU Mulheres, agência vinculada à Organização das Nações Unidas.
“A cada 10 minutos uma mulher ou menina é assassinada pelo simples fato de ser mulher. Esta estatística tem um agravante, porque as mulheres pretas são as maiores vítimas da violência, que não é apenas doméstica, mas também urbana. Nós escutamos muito que a questão da violência contra a mulher é frescura, que é ‘mimimi’, mas muitas mulheres sentem na pele o que é isso”, enfatizou Josefa.
Representante da Secretaria de Saúde, a diretora de Atenção Especializada da Secretaria de Saúde, Fátima Gomes, enfatizou que os 21 Dias de Ativismo também contemplam o Dia Mundial de Combate à AIDS, celebrado no dia 1º de dezembro. “Nós estamos aqui representando uma luta que fala sobre nossas vidas. A prevenção precisa ganhar espaço nas nossas rodas de conversas. A Prefeitura de Hortolândia atende, atualmente, mais de 700 pessoas que têm HIV, que vivem com qualidade de vida. Além disso, as unidades de saúde oferecem testes rápidos e acolhimento com equipes multidisciplinares. Mas ainda lidamos com o preconceito, com a vergonha e rejeição das pessoas, porque ainda existe muito estigma. Estamos aqui, hoje, enquanto governo, para darmos as mãos e dizer que precisamos romper com os preconceitos, com a violência e dar voz às pessoas”, afirmou Fátima Amaral. Durante o evento, servidores do Centro Especializado em Infectologia distribuíram kits com material informativo e preservativos.
O lançamento da campanha “21 Dias de Ativismo” também promoveu a consciência negra com música. Por meio de uma dinâmica musical, os músicos integrantes do Quinteto Cultura, José Cariri e Tim Mendes, demonstraram a influência dos escravos negros dos Estados Unidos para a criação de estilos musicais como o Blues, R&B (Rhythm and Blues), Soul e Jazz.
“Uma das escalas mais usadas entre todos os estilos musicais, a escala pentatônica, foi desenvolvida pelos músicos negros. Os negros têm uma contribuição muito grande, ao longo da história, no cenário musical”, explica o músico e produtor musical, Tim Mendes.
O integrante do Quinteto Cultura e maestro, José Cariri, acredita que a influência da black music ressignificou a maneira como o mundo escuta música. “A influência dos negros na música é uma coisa esplêndida, porque, se não fossem os escravos negros, nós ainda estaríamos ouvindo a música erudita europeia, que também é muito linda”, comenta.
A apresentação musical organizada pelo Quinteto Cultura contou com a participação da cantora e professora de canto Simone Reis, que prestigiou o público com um repertório montado especialmente com canções de cantoras pretas, como Nina Simone, Aretha Franklin, Alicia Keys, Elza Soares e Iza.
“Estas cantoras representam poder, todo poder que a mulher tem, tanto pela voz quanto pelas histórias, pela visceralidade. O povo preto carrega, muitas das vezes, muito sofrimento, mas também traz muito amor e muita paixão por meio da música”, encerra.
21 Dias de Ativismos nos Espaços Públicos
Idealizado pela Secretaria de Governo, a campanha “21 Dias de Ativismo: Nossa Voz, Nossa Vida” busca sensibilizar a população sobre as temáticas do racismo e do combate à violência contra a mulher. As ações serão promovidas pela Prefeitura, até 10 de dezembro, por meio de uma série de palestras, rodas de conversas e intervenções culturais em diversos equipamentos públicos da cidade.
Um desses encontros aconteceu, nesta terça-feira (26/11), no CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) AD, no Parque Ôrtolândia. Equipes da Prefeitura também já visitaram Unidades Básicas de Saúde, CRAS (Centro de Referência em Assistência Social), OSCs (Organizações da Sociedade Civil) e escolas da rede municipal de ensino.
Consulte a programação da Campanha que já está acontecendo em diversos equipamentos públicos de Hortolândia:
As propostas e recomendações incluídas no documento do G20 Social serão encaminhadas aos líderes dos países do G20 em forma de um caderno anexo à declaração final do grupo. A informação é do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, para quem a participação da sociedade civil representou um avanço nesse fórum que reúne as 19 maiores economias mundiais, mais a União Africana e a União Europeia.
“Isso foi muito significativo, e acho que foi muito bem-sucedido. Tenho certeza que a realização inédita do G20 Social criou uma atmosfera diferente para a relação dos chefes de Estado [e de governo] que ajudou a conter todos esses temas e ter uma declaração de consenso abordando temas sensíveis da humanidade, que jamais tinham sido debatidos de forma contundente como foi neste G20 na presidência brasileira”, disse Macêdo, em entrevista à imprensa, nesta terça-feira (19), no Centro de Imprensa do G20, no Vivo Rio, zona sul da cidade.
Para o ministro, os debates promovidos pelos grupos de engajamento do G20 Social estenderam as propostas, além do que tinha sido proposto como temas centrais, que foram o combate à fome, à desigualdade e à pobreza; enfrentamento às mudanças climáticas e por uma transição energética justa; e uma nova governança global.
“É óbvio que o debate do G20 Social foi muito mais amplo, porque teve todo o acúmulo de um ano de debate nos grupos de engajamento, que além dos três temas, tem coisas específicas como a defesa da democracia, a discussão desse novo mundo do trabalho. Esses documentos vão compor um caderno anexo que vai ser enviado aos chefes de Estado, como propostas do G20 Social, além dos três temas oficiais do G20”, informou o ministro, que foi coordenador do G20 Social.
De acordo com ele, em relação aos três temas oficiais do G20 determinados pela presidência brasileira, na comparação com a declaração dos chefes de Estado de governo, pode-se verificar que os temas abordados pelo documento-síntese, que saiu do G20 Social, foram incluídos. “Todos estes temas estão contidos. Coisas muito importantes que os movimentos sociais colocaram que não iam abrir mão, estão contidas como taxação dos super-ricos, como a Aliança Global contra a Fome, com os países aderindo; financiamento tanto para o enfrentamento da pobreza, quanto para as mudanças climáticas”, concluiu.
Recado do Brasil
Na avaliação do ministro, com a declaração dos líderes do G20, o Brasil deu um recado ao mundo, pela busca de consenso em direção à paz, e, ainda, da necessidade do mundo se unir no combate à fome e à miséria com adesão de 82 países à Aliança Global Contra a Fome, além de uma necessidade de democratizar a governança mundial. “Essa correlação de forças que gere o mundo hoje saiu da 2ª Guerra Mundial. O mundo hoje é outro, países que não tinham tanto protagonismo naquele momento histórico, têm hoje. Então, é necessário que haja uma reformulação. Acho que, com esses três temas, o Brasil conseguiu dialogar com o mundo de forma muito positiva”, afirmou.
Na visão do ministro, o Brasil termina o encontro com o legado geral da realização do G20 Social como um ponto muito forte de participação e interação da sociedade em relação ao G20. “Só queria lembrar como acontecia o G20. Acontecia a reunião dos chefes de Estado e o povo a 15, 20 quilômetros protestando. Hoje a população veio para o centro do debate. Teve uma cúpula específica, a cúpula do G20 Social, para poder discutir, preparar documentos, de forma livre e soberana, podendo contribuir com esse processo. Então, essa contribuição que o Brasil deu à participação social, acho que é extraordinária e que veio para ficar”, destacou.
Temas
A definição dos três temas que o Brasil colocou no G20, para o Macêdo, foi fundamental como norteador para o encontro dos líderes globais. “Colocar no centro do debate o enfrentamento da fome não é uma coisa simples, colocar no debate o enfrentamento das mudanças climáticas e uma transição energética justa, saindo das economias carbonizadas para uma economia limpa, não é simples. Botar o dedo na ferida de que é necessário ter uma nova governança mundial, que essa governança que está aí é de uma correlação de forças que saiu da 2ª Guerra Mundial, e que do mundo hoje é outro, que os países têm protagonismo, precisam ser ouvidos e ter poder de decisão, são coisas muito inovadoras e muito sérias que foram discutidas e foram feitos encaminhamentos concretos”, disse.
Macedo destacou que no ponto de vista das reuniões bilaterais do presidente Lula, mantidas em paralelo ao encontro, o Brasil é um país muito importante e que retorna ao cenário mundial com o tamanho real. “O Brasil é uma das maiores economias do sul global, é a maior economia dos trópicos. É um país continental. É um país miscigenado, de uma cultura e de um povo extraordinário. O Brasil é um país que volta ao cenário internacional com o tamanho dele e com a importância dele, então, as bilaterais são muito importantes para reforçar também parcerias econômicas que vão refletir na balança comercial do Brasil, no desenvolvimento da nossa gente, do nosso país, na geração de empregos e renda”, completou.
Maduro
Quanto à informação de que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, se mostrou disposto a aderir à Aliança Global Contra a Fome, o ministro considerou positivo. “Todos os países se puderem aderir é importante. Esse é um tema que assola o mundo, uma chaga que precisa ser enfrentada. Não é possível que a gente conviva em pleno século 21 com as pessoas passando fome. Isso é necessário ser enfrentado, tanto localmente pelos estados nacionais como globalmente pelos organismos e organizações de países no mundo inteiro. Então, todo país que queira aderir à Aliança Global contra a Fome é muito bem-vindo e é importante que isso aconteça”, afirmou.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, disse nesta segunda-feira (18) que os países do G20 demonstraram preocupação com os impactos da inteligência artificial (IA) no mercado de trabalho global. Petro participa como convidado da Cúpula das maiores economias do mundo, no Rio de Janeiro, e revelou alguns dos temas tratados a portas fechadas entre os países participantes.
“Falamos das expectativas sobre questões gravíssimas que precisamos resolver no mundo. Então, discutimos como olhar a inteligência artificial e a fome. Como a inteligência artificial sem regulação pública pode aumentar a questão da fome a partir das demissões ao redor do mundo dos trabalhadores ordinários que vão ser afetados por esse tipo de tecnologia. É uma questão mundial, porque vai afetar a todos os países. E como prevenir essa hecatombe social”, disse Petro.
Segundo o presidente colombiano, também foi discutida a possibilidade de reforma da governança global, principalmente em relação ao Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU).
“Há a necessidade de reformar a governança global para acabar com o poder de veto no Conselho de Segurança sobre as COPS climáticas, para que se tomem decisões com bases em representações majoritárias. Essa mudança de governança é fundamental para construção de uma democracia global, sobretudo para eliminar guerras, para eliminar o crescimento da fome”, disse Petro.
Ao ser perguntado sobre os debates em torno da guerra da Ucrânia, o presidente foi sucinto. “O que falamos sobre a guerra da Ucrânia é basicamente que a paz começa por uma conversa direta entre a Rússia e a Ucrânia, sem intermediários. Eles têm uma história comum, uma cultura comum, é fundamental que dialoguem”.
Petro também adiantou que há conversas em andamento com representantes dos países africanos para estreitar os laços de cooperação.
“Conversei com a União Africana. E a relação entre a África e a América do Sul é fundamental para potencializar economia, progresso e transformação industrial. Assim como a questão da fome e o problema mais grave do mundo, que é a crise climática. Somos regiões complementares, temos interesses comuns e problemas complementares”, ressaltou o presidente.
Ao participar da cerimônia de encerramento da Cúpula do G20 Social, no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, neste sábado (16), que o grupo ganhou “um terceiro pilar”, que se somou aos pilares político e financeiro. “Aqui, tomam forma a expressão e a vontade coletiva, motivadas pela busca de um mundo mais democrático, justo e diverso”, afirmou.
Em seu discurso, Lula destacou que, de forma inédita, grupos de engajamento puderam interagir com chanceleres, ministros e presidentes de Bancos Centrais das maiores economias do planeta. “Pela primeira vez na trajetória do G20, a sociedade civil de várias partes do mundo, em suas mais diversas formas de organização, se reuniu para formular e apresentar suas demandas”, avaliou.
O presidente disse que “a economia e a política internacional não são monopólio de especialistas, nem de burocratas. Elas não estão só nos escritórios da Bolsa de Nova York ou de São Paulo, nem só nos gabinetes de Washington, Pequim, Bruxelas ou Brasília. Elas fazem parte do dia a dia de cada um de nós, alargando ou estreitando as nossas possibilidades.”
Lula afirmou, ainda, que membros do G20 têm “o poder e a responsabilidade” de fazer a diferença, citando como exemplo o fomento ao empreendedorismo e à autonomia econômica feminina; a adoção do Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 18 sobre igualdade racial; e o incentivo à ambição climática alinhada ao objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius (°C).
“Nada disso teria sido possível sem a contribuição de todos vocês que estão aqui hoje. A presidência brasileira não teria avançado nas três prioridades que escolheu se não fosse a participação decisiva das organizações e movimentos que integram o G20 Social”, completou Lula ao destacar que a mobilização social permanente será fundamental para:
– impulsionar os trabalhos da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e avançar na tributação dos super-ricos;
– garantir o cumprimento das metas de triplicar o uso de energias renováveis e antecipar a neutralidade de emissões;
– levar adiante nosso Chamado à Ação pela Reforma da Governança Global, assegurando instituições multilaterais mais representativas.
“A presidência brasileira do G20 deixará um legado robusto de realizações, mas ainda há muito por fazer para melhorar a vida das pessoas. Para chegar ao coração dos cidadãos comuns, os governos precisam romper com a dissonância cada vez maior entre a ‘voz dos mercados’ e a ‘voz das ruas’. O neoliberalismo agravou a desigualdade econômica e política.”
Jornada de trabalho
Em seu pronunciamento, o presidente defendeu, também, que o G20 discuta medidas que permitam reduzir o custo de vida e que promovam “jornadas de trabalho mais equilibradas”.
“Vou levar as recomendações contidas na declaração final que vocês me entregaram aos demais líderes do G20 e trabalhar com a África do Sul para que elas sejam consideradas nas discussões do grupo”, garantiu.
E acrescentou: “Espero que esse pilar social do G20 continue nos próximos anos, abrindo cada vez mais nossas discussões para o engajamento da cidadania. Essa cerimônia de encerramento marca o começo de uma nova etapa, que exigirá um trabalho contínuo durante os 365 dias do ano e não só às vésperas das reuniões de líderes.”
África do Sul
Durante a cerimônia, o ministro das Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, Ronald Lamola, disse que o país está pronto para sediar o G20 em 2025. A África do Sul assume a presidência rotativa do G20 em dezembro e se comprometeu a manter a proposta brasileira do G20 Social.
“Vamos envolver os movimentos sociais. O Brasil elevou o padrão. Queremos garantir que os senhores possam participar e ter um papel nesse novo formato de mundo”, destacou. “Faremos um esforço unificado, com suporte mútuo entre as nações-membros, que estarão juntas para enfrentar os desafios comuns,” afirmou.
Recursos climáticos
Em sua fala, o chanceler sul-africano destacou, ainda, a necessidade de reverter o desequilíbrio de recursos disponíveis para combater as mudanças climáticas. “O Sul global só recebe 3% do suporte financeiro global para mudanças climáticas e desenvolvimento”, disse, ao defender que as metas do milênio permaneçam em foco.
“Juntos, podemos criar um futuro que não seja apenas justo e equitativo, mas que seja sustentável para aqueles que vão herdar o mundo”, concluiu.G20, g20 social, lula, jornada de trabalho, áfrica do sul
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu neste sábado (16), no Rio de Janeiro, a realização do G20 Social nas próximas reuniões anuais do bloco.
Lula se reuniu na manhã de hoje com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, o presidente afirmou que o G20 Social deve ser adotado como prática para ouvir as demandas dos movimentos sociais e da sociedade civil.
“Pela primeira vez, a gente faz o G20 Social. Espero que se transforme em uma cultura do G20. Eu tinha convidado o presidente Ramaphosa [da África do Sul] para que fosse comigo no encerramento do G20 Social para motivá-lo a fazer na África do Sul o G20 Social. Nós vamos convencer outros presidentes que vão presidir o G20 a adotarem como prática fazer o G20 Social”, afirmou Lula.
Em nota, a Presidência da República informou que Lula e o secretário-geral conversaram sobre o G20 Social, a programação da Cúpula do G20, o andamento da COP29 e as negociação sobre clima e meio ambiente que acontecem em Baku (Azerbaijão), em paralelo às atividades do G20.
Discussões
Pela primeira vez, está sendo realizado o G20 Social para possibilitar a participação da sociedade civil organizada nas discussões do bloco, que reúne as maiores economias, a União Europeia e a União Africana. A África do Sul, que será a sede da reunião do G20 em 2025, já confirmou que repetirá a realização do G20 Social.
Mais cedo, foi aprovado, neste sábado, o documento final da reunião do G20 Social de 2024. A declaração será entregue aos presidentes do Brasil e da África do Sul.
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta sexta-feira (15) que o mundo encontra-se em uma “bifurcação” sobre a arquitetura financeira global, o que está sendo debatido no G20, realizado no Rio de Janeiro. Galípolo acrescentou que a globalização chegou a ter sucesso, mas faltou inserir critérios de gestão no que se refere à sustentabilidade e justiça social e ambiental. Desta forma, o cenário internacional tem questionado qual será o futuro da globalização.
“Alguns líderes globais questionam essa arquitetura e querem voltar atrás, no sentido de vamos desglobalizar, vamos nacionalizar, o que tem de errado é culpa do outro que vem de fora. Essa é uma vertente política e existe uma outra, que parece bastante claro que é o que o Brasil vem defendendo, de reglobalizar”, afirmou o diretor no painel Nova Arquitetura Global do G20 Talks, incluído na programação do G20 Social.
“A proposta dessa nova arquitetura global, a qual o Brasil tem se alinhado e defendido, é como é possível a gente não desglobalizar. Não há nenhuma satisfação, da gente enquanto povo, saber que o êxito do meu país e da minha economia está calcado na exploração ou no problema de um outro povo”, disse, acrescentando que a nova arquitetura precisa ir além das vantagens comerciais, e buscar sucesso nas áreas social e ambiental.
Taxas de juros e Trump
Quanto à eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, Galípolo afirmou existir tendência de aumento da inflação em decorrência da vitória.
“Se o Trump vai combater a imigração, logo vai ter aumento de mão de obra nos Estados Unidos. Se o Trump vai botar mais tarifa de importação, os preços vão subir. Essa ideia provocou uma elevação também nas taxas de juros”, disse o futuro presidente do BC, completando que as taxas de longo e curto prazo já subiram nos Estados Unidos.
Para a economista alemã, Isabella Weber, a tendência é que o novo governo norte-americano pode acirrar as disputas comerciais, dificultando a cooperação internacional. Durante a campanha, Trump disse que pretende elevar os impostos incidentes em produtos importados e maior proteção à produção nacional.
“A gente precisa de cooperação para passar para uma nova maneira de organização. Os desafios é que estamos ao mesmo tempo nos trilhos de aumentar os confrontos. Depois da eleição dos Estados Unidos, vamos ter mais guerra comercial, mais confrontos, mais tensões, que fazem com seja mais difícil a comunidade internacional se juntar e cooperar”, apontou no encontro.
Gênero e raça
Para a comunicadora digital, Nath Finanças, a nova ordem financeira mundial tem que levar em conta parte da população que desconhece o funcionamento da economia e como evolui, por exemplo, o processo de inflação.
“A educação financeira é importante. Quando escuto que a educação financeira é só para falar de investimentos, digo, não, essa pessoa não vive a realidade brasileira. A educação financeira não é só para quem é rico, para falar de quanto você gasta e quanto ganha. É entender os mecanismos da taxa Selic, da inflação, da Bolsa de Valores, do mercado financeiro em geral e a política que é feita no Comitê de Política Monetária, afetam a nossa vida financeira”, explicou.
Outra preocupação, segundo ela, é a crescente de apostas em bets. “Isso é muito urgente, não é só ter uma conversa com a imprensa. É a gente realmente regularizar da melhor maneira possível, para a pessoa não chegar na bola de neve, que vai afetar diretamente a inflação. Se não tem dinheiro rodando e a pessoa está gastando no Tigrinho ou no aviãozinho, não tem dinheiro girando na economia. É isso que afeta a vida financeira das pessoas. Quando a gente fala de inflação, não adianta falar com palavras difíceis no economês”, observou.
Nath Finanças defendeu a inclusão de dados de gênero e raça entre as mulheres que investem. “Recentemente, a B3 [Bolsa de Valores] comemorou o número de mulheres investindo na Bolsa, mas quem são essas mulheres? São brancas, pretas, ricas, classe C,D e E, como funciona? A gente não tem esses dados. Só fazem o retrato de que temos mulheres”, destacou.
“É preciso entender no que elas investem, para onde estão indo, se têm sucesso no mercado, se estão empreendendo ou não, porque elas querem o negócio, muitas vezes entram por necessidade”, completou.