Ação lúdica leva educação ambiental a crianças da rede municipal de ensino de Hortolândia


“Capitão Natureza” conversou sobre meio ambiente sustentabilidade, nesta quarta-feira (09/04), com 115 estudantes da Emeief Zenaide Seorlin

Aproximadamente 115 crianças, estudantes da Emeief (Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental) Zenaide Ferreira de Lira Seorlin, no Remanso Campineiro, tiveram, nesta quarta-feira (09/04), uma aula diferente sobre meio ambiente e sustentabilidade, conduzida pelo “Capitão Natureza”, um simpático palhaço defensor das causas ambientais, em Hortolândia. 

O personagem, vivido pelo servidor Ricardo Zanoni, foi criado há mais de 30 anos. Com a ajuda dele, a equipe de educação ambiental da Prefeitura pode mais facilmente, de maneira suave e lúdica, despertar em crianças, jovens e adultos, uma maneira diferente de lidar com o meio ambiente. 

“Esse personagem faz parte da minha vida já há uns 30 anos e eu trouxe para o então Núcleo de Educação Ambiental.  Percebi que muda muito, muito, quando eu estou de cara limpa e quando eu estou com o personagem. É que a ludicidade consegue envolver os adultos, as crianças, os adolescentes. Ao longo da vida, a gente vai conseguindo ficar muito mais sensível e fazer uma viagem com eles, dentro da ludicidade, por conta do figurino. A fala é mais didática. O mesmo conteúdo que eu uso com o adolescente ou com o adulto, eu estou usando com essa faixa etária de três a cinco anos, porque eu acredito que eles têm uma facilidade de assimilação muito grande. O personagem consegue fazer uma viagem com as crianças, até os adolescentes, até os professores que ali estão. Eles conseguem, no momento de diversão, ouvir com atenção tudo que nós falamos lá”, afirma Zanoni, que atualmente é diretor de Educação Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Assuntos Climáticos.

Durante a ação lúdica, “Capitão Natureza” abordou temas importantes para a cidade, como o descarte correto de “lixo” (resíduo sólido), o uso racional de água e energia elétrica, a prevenção às queimadas e a guarda responsável de animais domésticos. A ideia é sensibilizar para conscientizar, a partir de situações práticas, do dia a dia, como, por exemplo, o tempo de duração do banho, o apagar das luzes ao sair da sala e onde descartar corretamente o papel de bala e o papel amassado.

“Eu achei engraçado, porque o nariz dele era feito de várias coisas. Eu gostei muito da palestra. Ele ensinou que não pode jogar lixo na natureza, nem no mar, porque os bichos podem comer e morrer. Tem que jogar no lixo! Ele também falou do cachorrinho e do gato. A gente tem que cuidar, dar comida, dar água, fazer tudo por eles. E quando eles ficarem velhinhos, a gente continua cuidando, né?”, afirmou Heloísa de Oliveira Teixeira, de 5 anos, estudante do Jardim II B.

“Aprendi que não pode jogar lixo no mar! O que mais gostei, a parte mais legal, foi quando ele chegou. Ele sentou perto da Talita e o banco caiu!”, revelou o colega de sala Luca Dionísio Nogueira, do Jardim II A.

A colega de sala Eloá Domingues de Souza já está contando com a volta do visitante à escola. “Ele falou que não pode jogar lixo onde os animais moram, na floresta e no mar, onde vivem a baleia, a sereia. Gostei muito. Eu quero que o Capitão Natureza volte sempre!”, afirmou a menina.

Nesta quinta-feira (10/04), “Capitão Natureza” voltará à  Emeief Zenaide Seorlin para outras 95 crianças. A ação acontece em parceria com a Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia.

A ação lúdica atende aos princípios dos ODSs (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU (Organização das Nações Unidas). Elas promovem ações contra a mudança global do clima, estimulando práticas coletivas como o respeito, a proteção e o interesse pela natureza, desenvolvendo na criança habilidades que a permitam tomar consciência dos recursos naturais (água, energia, alimentos, dentre outros) e a orientem a fazer uso correto de brinquedos e outros objetos.



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Ruas de unidades de ensino no Jd. Santa Clara e Novo Ângulo recebem ação de segurança viária





Ruas de unidades de ensino no Jd. Santa Clara e Novo Ângulo recebem ação de segurança viária – Prefeitura de Hortolândia


























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Estudantes do 2º ano do Ensino Fundamental participam de Avaliação de Fluência Leitora em Hortolândia





Estudantes do 2º ano do Ensino Fundamental participam de Avaliação de Fluência Leitora em Hortolândia – Prefeitura de Hortolândia


























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Iniciativa do Governo do Estado, em parceria com a Prefeitura, avalia a leitura dos estudantes e orienta estratégias para garantir a alfabetização na idade certa

Aproximadamente 2.790 crianças, matriculadas no 2º ano do Ensino Fundamental, em escolas da rede municipal de Hortolândia, participam até o dia 28 deste mês da “Avaliação de Fluência Leitora – Entrada 2025”, proposta pela Seduc-SP (Secretaria da Educação do Estado de São Paulo), no âmbito do Programa Alfabetiza Juntos SP. O processo avaliativo, iniciado nesta segunda-feira (17/03), tem como objetivo medir o desempenho dos estudantes no processo de aprendizagem da Língua Portuguesa, aspecto essencial para a alfabetização. Também acompanha o desenvolvimento da compreensão de textos escritos.

A avaliação é conduzida pelos próprios professores das turmas. Segundo a Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia, ela permitirá um diagnóstico individualizado de cada estudante. Com base nos resultados obtidos, será possível identificar o nível de fluência leitora de cada criança, viabilizando a criação de estratégias pedagógicas que fortaleçam seu processo de alfabetização.

No segundo semestre, os estudantes participarão novamente da avaliação, desta vez chamada de “Avaliação de Fluência Leitora – Saída 2025″. O comparativo entre os dois momentos permitirá ao município analisar o avanço das crianças ao longo do ano, ajustando ou intensificando as ações pedagógicas conforme necessário.

A iniciativa integra o “Compromisso Nacional Criança Alfabetizada” e, de acordo com a Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia, reforça o compromisso da Prefeitura de Hortolândia em garantir que todas as crianças conquistem a alfabetização na idade certa, promovendo uma base sólida para sua trajetória educacional.

“Garantir que todos os estudantes sejam alfabetizados na idade certa é uma prioridade. Com essa avaliação, conseguimos identificar as necessidades de cada estudante e agir a tempo de fortalecer o aprendizado, promovendo uma educação de qualidade e inclusiva”, afirma Márcia Quintanilha, supervisora educacional do Centro de Formação dos Profissionais em Educação Paulo Freire.




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São Paulo reúne jovens para fomentar ensino técnico e divulgar emprego


O trabalho do futuro não é mais do que entender a mudança nos setores da economia, aquelas que se farão sentir em cinco anos. O encontro “Trampos do Futuro: arte, cultura e educação” tentou juntar, em São Paulo, atores e instituições que estão na prática destes setores em dois dias de atividades abertas para quatro mil  estudantes do ensino fundamental, médio e técnico de São Paulo e cidades próximas.

“A gente veio fazer networking [técnica muito utilizada no mundo corporativo para desenvolver negócios e construir uma carreira], ver como é a proposta das atividades e o que pode ter de interessante para o nosso futuro profissional”, contou Giovana Midori, de 18 anos, que faz um curso técnico de programação no projeto Proa, na Lapa. Ela e as amigas, Luana e Rafaella, chegaram no final do evento, na tarde do dia 20, quando parte das atividades estava terminando. ” Mesmo assim deu para aproveitar um pouco”, confessou Luana Portela, de 21 anos. 

Para Rafaella Santos, de 20 anos, o mais interessante foi acompanhar as ideias e discussões, pois eles conseguiram acompanhar parte das palestras. E, claro, elas se encantaram com um cachorro robô, de controle remoto, parte das tecnologias de ponta exibidas aos participantes.

O evento contou com oficinas práticas de robótica, promovidas pelo Serviço Social da Indústria (Sesi), oficinas de mídia, com equipes do Instituto Kondizilla e espaços de discussão promovidos por parceiros como o Instituto Geledés. Parte do espaço foi dedicado também para a preparação de currículos de trabalho, com dicas práticas de apresentação, além de uma pequena feira de oportunidades com algumas das instituições que apoiavam no melhor estilo de feiras de estágios.

Diálogos

“Um evento de jovens para jovens conversando, em que a gente pudesse trazer para eles alguma coisa que talvez esteja fora do universo da maioria deles, que é como estão se organizando as novas economias, onde há novas frentes de trabalho. Então, assim, o que você pode fazer em termos de trabalho? Quais áreas? E o que é que a gente consegue enxergar? Agora, daqui a cinco anos, tudo isso terá mudado. O que nós estamos falando para eles é assim, vocês vão inventar o futuro. Os novos trabalhos, os novos desafios e tudo o mais, são vocês que vão criar.”, explicou Ana Inoue, superintendente do Itaú Educação e Trabalho, braço da Fundação Itaú que organizou as atividades. 

Ela demonstrou uma visão realista, de que não há muita condição prática de se mudar o fato de que a maioria dos jovens não irá fazer ensino superior, por falta de acesso ou de interesse, e que isso não precisa ser necessariamente um problema.

Para Inoue, a questão principal está em torno dos novos eixos de produção, como as economias do cuidado, ambiental e criativa, abrangendo áreas que vão da saúde à produção local, com produtos naturais, além de toda a gama de atividades culturais que pode ser explorada. Parte delas foi demonstrada com alguns dos formados pelo Instituto Kondizilla gravando um podcast ao vivo, em uma espécie de cobertura contínua e de pares para o encontro.

Universo da cultura

“Procuramos fazer essa ponte entre o universo da cultura, da economia criativa e do entretenimento e o universo do desenvolvimento social, econômico e principalmente da inclusão produtiva de jovens, da ampliação de oportunidades para jovens. Aqui no evento a gente criou uma experiência de imersão em carreiras criativas, então a gente tem bate-papo com profissionais de origem periférica que se destacam hoje na economia criativa e um podcast sendo gravado em tempo real que a gente chama de Jovem Cast. São jovens que se formaram recentemente como criadores de conteúdo e estão produzindo entrevistas de jovem para jovem, entrevistando os executivos, palestrantes e os convidados”, contou João Vitor Caires, fundador e diretor executivo do Instituto Kondizilla.

Os estudantes encontraram ainda uma estrutura em formato de árvore, no meio da Bienal, prédio que sediou as atividades. Quem apresentou essa estrutura foi Rebecca Câmara, de 21 anos, estudante de artes cênicas e assistente de produção no encontro.

A Árvore do Amanhã, assim batizada, juntou diversos bilhetes em que os que lá passaram registraram o que queriam fazer e o que esperavam do futuro. Eles escreveram sobre família. “Eu quero muito uma família e eu quero ter um pai presente. Minha mãe me criou solo, eu sou filha de mãe solo. E aí, jovens que vêm de onde eu vim, a gente se olha no espelho, é como se fosse um espelho. E aí eu falo, eles podem ir para outro lugar”, explicou, emocionada.

Rebecca participou após se candidatar em um edital da plataforma Coliga, que oferece cursos gratuitos, curtos e de viés prático. A promoção é da Fundação Roberto Marinho. Além de mediar as atividades da Árvore, a artista também explicava sobre a plataforma e garante: ela e os de sua geração gostam muito de estudar, mas têm alguma dificuldade com conteúdos repetitivos, e plataformas como essa entendem isso e colocam os conteúdos de maneira diferente, algo mais dinâmico com estratégias como enquetes, fóruns, podcasts e vídeos aliadas aos conteúdos.

Breno Piros e Caio Guedes, de 17 anos, estudantes do curso de Desenvolvimento de Software, acompanharam painéis e atividades. Embora tenham sentido falta de um percurso mais claro e interligado de atividades, gostaram das oficinas e se animaram. “A palestra foi interessante, embora eu tivesse a ideia de que seria mais próxima dos meus interesses, mais aprofundada na minha área”, disse Breno.


São Paulo (SP) 21/02/2025 - Jovens para fomentar ensino técnico e divulgar empregos de setores inovadores
Foto: Agência Ophelia/Divulgação
São Paulo (SP) 21/02/2025 - Jovens para fomentar ensino técnico e divulgar empregos de setores inovadores
Foto: Agência Ophelia/Divulgação

Robótica, oficinas de mídia e espaços de discussão reuniram quatro mil pessoas em São Paulo – Agência Ophelia/Divulgação

“Gostei bastante de um curso de Inteligência Artificial e robótica aplicados à saúde mental, uma ferramenta para valorizar atos simples, como sorrir, a partir de programação. Tem muitas ideias interessantes”, contou Caio.

Vontade de aprender

“O desejo do jovem de aprender é enorme. Eles estão querendo a conversa, eles estão falando. A gente abre as perguntas [nas oficinas]. Quais são as dúvidas que vocês têm? O que vocês têm vontade de saber? Tem um minuto de timidez e daí, na sequência, eles vêm com perguntas muito interessantes e com uma vontade muito grande de dar depoimento. De falar, olha, eu queria dizer que eu vivi isso. Na questão da saúde mental, vários jovens abriram o coração e saíram falando coisas. A importância que aquilo teve, o trabalho de atendimento que a própria escola ofereceu?”, contou Inoue. O encontro foi construído a partir de pesquisas com jovens dessas instituições parceiras, que opinaram sobre quem gostariam de ver falando e o que lhes interessava. Da mesma forma, a Fundação Itaú e as outras instituições que compuseram o evento pretendem dar continuidade, não apenas com novo encontro, que tencionam aberto a mais participantes nos próximos anos, mas disponibilizando palestras e outros conteúdos que fizeram parte dos dois dias de programação.

“O ponto de partida, agora, é entender que cuidar da nossa juventude é cuidar de um compromisso que o Brasil precisa ter com essa molecada. É cuidar do presente desse país para a gente ter um futuro ainda mais inspirador. O que eu tenho que fazer agora? Não é esperar essa moçada crescer, é o agora. Então, eu acho que é primeiro ter esse senso de responsabilidade. Segundo, ter ainda mais parceiros, os mais parceiros que vibrem nesse mesmo diapasão. E terceiro, poder planificar ainda melhor para que o ano que vem a gente possa fazer maior, e mais longo no período de dias e quem sabe em mais estados”, explicou à Agência Brasil Eduardo Saron, presidente da Fundação Itaú.

Futuros Imaginados

Parte do que ficou do evento, além das lembranças e da animação dos jovens, foi consolidado em uma “Carta das Juventudes sobre seus Futuros Imaginados”, composta por um apanhado das contribuições da Árvore, e sintetiza o que tentam passar o que organizaram para os seus quatro mil convidados:
“Acreditamos que a juventude pode contribuir com a realização desses sonhos e utopias, se eles tiverem a oportunidade de serem protagonistas de suas próprias vidas. Sabemos que, quando essas condições são disponibilizadas, jovens têm plena capacidade de avaliar o que é oferecido e formular propostas relevantes.

Escolas, empresas e diversas instituições poderiam criar espaços de interação e escuta de jovens para que eles possam trazer sugestões. Espaços de troca, compartilhamento de conhecimento e ideias são também uma oportunidade de promover a diversidade.

Por fim, parafraseando alguns dos sonhos da Árvore do Amanhã: Querido futuro, te aguardamos ansiosamente! Pensamos em você todos os dias e esperamos tudo de bom e do melhor. Não vamos deixar o medo de errar impedir que a gente alcance nossos sonhos e uma sociedade mais igualitária, mais respeitosa e acolhedora! Desejamos um futuro cheio de alegria e paz para nós!”



Fonte: Agência Brasil

Curso de formação para gestores da Rede Municipal de Ensino – Prefeitura Municipal de Cosmópolis


Em parceria com o SESI, a Secretaria de Educação realizou o encerramento do curso de formação para gestores da Rede Municipal de Ensino, do Programa Alfabetização Responsável (PAR).

O curso oferece gratuitamente, formação e recursos pedagógicos para a atuação em sala de aula. O objetivo é apoiar as escolas no processo de desenvolvimento da escrita e da leitura das crianças, para que ocorra na fase adequada – até o final do 2º ano do Ensino Fundamental.

Quase 100 gestores participaram do programa ao longo deste ano, recebendo recursos pedagógicos e aprimorando suas práticas para fortalecer a leitura e a escrita nas salas de aula. O programa atendeu também os professores das escolas Moacir Amaral e Maria Helena Cárdia Morelli, além de oferecer encontros formativos para gestores sobre temas de gestão escolar.

Foram realizados quatro encontros formativos e diversos cursos online.





Prefeitura Municipal de Cosmópolis

Qualificar ensino fundamental é desafio para o próximo prefeito de BH


Em 10 anos, entre 2007 e 2017, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) para os primeiros anos do ensino fundamental em Belo Horizonte saiu de 4,4 para 6,3. Ao longo desse período, as sucessivas edições do levantamento registraram uma melhora ininterrupta. Além disso, entre 2009 e 2017, Belo Horizonte obteve sempre o melhor desempenho entre as capitais do Sudeste. Em 2017, figurava em 5º no ranking nacional envolvendo as 26 capitais estaduais.

Nos últimos anos, porém, o Ideb para os primeiros anos do ensino fundamental caiu para 6,0 em 2019 e para 5,8 em 2021, mantendo-se estável na última edição realizada em 2023. Diante da queda qualitativa, Belo Horizonte caiu para 10º no ranking nacional. Além disso, perdeu a liderança entre as capitais do Sudeste, sendo superado por Rio de Janeiro e Vitória.

Embora também sejam ofertados pelos governos estaduais, os primeiros anos do ensino fundamental – que vai do 1º ao 5º ano e engloba majoritariamente estudantes de 6 a 10 anos de idade – são geralmente assumidos pelas prefeituras. Por essa razão, a organização não governamental Instituto Cidades Sustentáveis (ICS) incluiu os dados do Ideb em um relatório que chama atenção para temas que merecem destaque no debate eleitoral municipal, com o objetivo de cobrar propostas concretas dos candidatos.


Brasília (DF), 25/10/2024 - Arte para a matéria Evolução de ensino fundamental. Arte/Agência Brasil
Brasília (DF), 25/10/2024 - Arte para a matéria Evolução de ensino fundamental. Arte/Agência Brasil

Arte/Agência Brasil – Arte/Agência Brasil

No caso de Belo Horizonte, reverter o atual quadro e retomar a trajetória ascendente nos indicadores de qualidade será um desafio para o atual prefeito Fuad Noman (PSD) ou para o deputado estadual Bruno Engler (PL). Ambos disputam o segundo turno das eleições municipais, que definirá neste domingo (27) quem estará no comando da prefeitura da capital mineira pelos próximos quatros anos.

Realizado pelo Ministério da Educação (MEC) a cada dois anos, o Ideb é influenciado por dois fatores: o fluxo escolar – que inclui dados de aprovação e evasão – e o desempenho dos estudantes na Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Anresc). A escala do índice vai de 0 a 10. 

O Índice é uma referência usada pelo governo federal e pelos demais entes federativos para elaboração de políticas públicas capazes de melhorar a qualidade do ensino, de forma a aproximar o Brasil dos parâmetros registrados pelos países que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

O MEC estabelece como meta para os primeiros anos do ensino fundamental que a média nacional chegue a 6,7 até 2030. No Ideb de 2023, ela foi de 6,0. Belo Horizonte está, portanto, abaixo do desempenho médio de todas as cidades do país.O cenário muda levando-se em conta apenas as 26 capitais estaduais: nesse caso, a cidade mineira aparece à frente da média de 5,65.

Segundo dados da prefeitura de Belo Horizonte, as escolas da rede municipal atendem atualmente 64.499 estudantes do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental. “Não há estudantes dessa faixa etária em lista de espera”, afirma o município. A prefeitura informa ainda que, para 2026, está prevista a inauguração de uma nova unidade de ensino fundamental. 

Há um trabalho mais intensivo para a entrega de novas creches, com o objetivo de reduzir a alta demanda por novas vagas, sobretudo para crianças de 0 a 2 anos. Estão em construção em bairros periféricos quatro novas Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs), que devem ser inauguradas no próximo ano. Outras sete unidades estão previstas para 2026.


Belo Horizonte
Belo Horizonte

Belo Horizonte – /Marcello Casal JrAgência Brasil

Pandemia 

Para o pesquisador e professor Carlos Roberto Jamil Cury, que integra o Programa de Pós-graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), a análise da curva do Ideb para os primeiros anos do ensino fundamental em Belo Horizonte precisa levar em conta os efeitos da pandemia de covid-19. Diante da disseminação da doença, o Brasil decretou emergência sanitária em março de 2020. Entre as diversas medidas, houve suspensão temporária de atividades escolares. Além disso, em muitas escolas, a retomada das aulas ocorreu primeiramente de forma remota, a partir de tecnologias e recursos virtuais.

“A pandemia afetou sobremaneira o município de Belo Horizonte e as escolas da cidade. Isso não pode deixar de ser desconsiderado”, afirma Cury. Não foi só Belo Horizonte que sofreu com as mudanças. A própria média nacional do Ideb, que vinha em uma curva ascendente ininterrupta desde a primeira edição do levantamento em 2005, registrou a primeira queda em 2021: caiu de 5,9 para 5,8. No entanto, na última edição, voltou a subir e alcançou 6,0.

A capital mineira, por sua vez, ainda busca sua recuperação pós-pandemia. “É preciso fazer uma radiografia mais fina e ver quais são os desdobramentos sobre cada uma das regiões de Belo Horizonte. Existem cinco regiões administrativas na cidade. É preciso saber se temos um cenário homogêneo entre as regiões. Para isso, precisamos de uma análise envolvendo a estratificação social e a localização territorial da escola. Seria importante envolver instituições capacitadas e independentes para apresentar uma radiografia: chamar a Fundação João Pinheiro e as universidades, por exemplo”, avalia Cury.

O professor observa que fatores sociais influenciaram o impacto da pandemia em cada local e acredita que as escolas das regiões mais periféricas da cidade podem estar com maiores dificuldades, onde nem sempre os alunos tiveram, por exemplo, acesso adequado aos serviços e tecnologias de ensino remoto. 

“Os candidatos estão, até com um certa razão, direcionando o tema da educação para a questão da creche, que desafia não só Belo Horizonte, mas todo o país. Mas, mesmo nessa questão, as propostas não são aprofundadas. Se fala em apenas ampliar o investimento e em abrir mais creches. Não vejo uma discussão mais elaborada sobre o Plano Municipal de Educação, as estratégias, as metas”, avalia.

Formação de professores

Cury chama atenção para uma questão que considera central no debate sobre o ensino fundamental. “Certamente, algo que precisa ser melhorado é a formação continuada dos professores. Mas até para isso, é preciso ter uma radiografia que seja passível de detectar as contradições, os problemas, as questões que atingem o exercício da docência no âmbito de cada região administrativa. Sem isso, os esforços empreendidos não vão atingir o chão da escola. Nenhum trabalho será exitoso se não levar em conta aqueles que fazem a escola no dia a dia”.

Ele aponta alguns fatores positivos que dão a Belo Horizonte condições favoráveis para impulsionar a qualidade do ensino, como a infraestrutura e a melhor formação de professores.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede/BH) aponta que a busca por maior qualificação do ensino fundamental demanda melhores condições de trabalho. A entidade cobra o pagamento integral do piso salarial nacional dos professores da educação básica definido por meio de portaria do MEC. 

A entidade cobra ainda o atendimento de uma outra reivindicação que considera central para a melhoria da qualidade do ensino: a garantia de 7 horas semanais dedicadas ao planejamento. “Precisamos também de uma política consistente para atendimento dos alunos com deficiência que inclua formações e tempos de planejamento específicos”, acrescenta a professora Flávia Silvestre Oliveira, que integra a diretoria do Sind-Rede.



Fonte: Agência Brasil