Ler o resumo da matéria
O governo Trump está ampliando sua atuação como acionista em empresas privadas, agora negociando participação em companhias de computação quântica como IonQ, Rigetti, D-Wave, Quantum Computing Inc. e Atom Computing, em troca de aportes públicos mínimos de US$ 10 milhões. Os acordos podem envolver equity, warrants, licenças de propriedade intelectual, royalties e participação em receitas.
A iniciativa, liderada por Paul Dabbar, visa garantir retorno ao contribuinte em setores estratégicos. O Chips Research and Development Office, reorganizado por Howard Lutnick, direciona recursos do Chips Act de 2022 para essas empresas. O modelo já foi aplicado em semicondutores, lítio e terras-raras, com o governo assumindo fatias relevantes em empresas como Intel, Nvidia e AMD, justificando a medida como proteção à segurança nacional diante da dependência tecnológica externa.
* Resumo gerado por inteligência artificial e revisado pelos jornalistas do NeoFeed
O modelo da Casa Branca operar como escritório de participações em empresas privadas está se consolidando. Depois de transformar o governo federal em acionista da Intel, de fabricantes de terras-raras e de startups de lítio, a administração Trump agora negocia participações em empresas de computação quântica.
IonQ, Rigetti Computing, D-Wave Quantum, Quantum Computing Inc. e Atom Computing estão em conversas com o Departamento de Comércio para ceder equity ao governo em troca de financiamento público, reportou o The Wall Street Journal.
As discussões envolvem aportes mínimos de US$ 10 milhões por empresa, segundo fontes próximas às negociações. Os acordos podem incluir não apenas participação acionária, mas também warrants (direito de compra e venda de um ativo), licenças de propriedade intelectual, royalties e participação nas receitas.
A computação quântica representa uma tecnologia crítica de próxima geração, capaz de realizar em segundos cálculos que levariam eras para os computadores atuais. A tecnologia promete revolucionar desde a descoberta de novos medicamentos e materiais até a eficiência de todos os setores da economia.
Gigantes como IBM, Microsoft e Google investem pesadamente no setor. A China também. Na quarta-feira, 22 de outubro, o Google anunciou que seu computador quântico opera 13 mil vezes mais rápido que supercomputadores clássicos, com potencial para acelerar descobertas em ciências de materiais e farmacêutica.
O apoio federal seria o primeiro sinal significativo de suporte governamental ao setor nos Estados Unidos. Quem lidera as negociações é Paul Dabbar, vice-secretário de Comércio e ex-executivo de computação quântica.
Dabbar cofundou e liderou por quatro anos a Bohr Quantum Technology, que não está entre as candidatas ao financiamento, segundo o Departamento de Comércio.
Sócio investidor da economia
Se essas negociações derem certo, será a concretização do que o presidente Donald Trump e o secretário de Comércio Howard Lutnick vinham sinalizando: se o dinheiro do contribuinte financia empresas estratégicas, o governo deve participar dos ganhos futuros.
Os recursos para as empresas quânticas vêm do Chips Research and Development Office, reorganizado por Lutnick em sua reformulação da gestão dos fundos do Chips Act de 2022. Ele recentemente recuperou bilhões de dólares de uma iniciativa de pesquisa tecnológica financiada pela administração Biden.
Em agosto, o governo assumiu quase 10% da Intel ao converter US$ 9 bilhões em subsídios previamente aprovados em participação acionária. O acordo tornou Washington o maior acionista da fabricante de chips.
Antes disso, o Departamento de Energia havia recebido warrants de uma startup de lítio em troca de um empréstimo governamental. Um produtor de terras-raras também cedeu participação ao governo.
Mas foi nos semicondutores que o modelo “Casa Branca S/A” ficou mais evidente. Em agosto, Nvidia e AMD concordaram em repassar 15% da receita de suas vendas de chips para a China ao governo americano. A negociação aconteceu diretamente no Salão Oval, em uma reunião com o CEO da Nvidia, Jensen Huang.
Trump argumenta que a dependência tecnológica representa risco à segurança nacional. A maioria dos chips avançados é produzida em Taiwan, vulnerabilidade estratégica diante de potencial escalada com a China.
Chips estão em sistemas de inteligência artificial, armamentos, eletrodomésticos e praticamente tudo com botão de ligar. “Os americanos não podem se dar ao luxo de uma administração ausente”, justifica o presidente.









