GUILHERME BOTACINI
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Os Estados Unidos terão nesta terça-feira (4) o primeiro dia de eleições importantes, em vários estados do país, desde que Donald Trump voltou à Casa Branca, em janeiro.
A disputa pela Prefeitura de Nova York é o pleito local mais antecipado. O candidato democrata, Zohran Mamdani, lidera com folga a corrida contra o ex-governador Andrew Cuomo, concorrendo como independente, em 33 das 36 pesquisas compiladas pelo jornal The New York Times.
Na costa oeste, a população da Califórnia vai às urnas para decidir, em um referendo, se o estado deve adotar o novo mapa de distritos eleitorais, aprovado pelo Legislativo local, que aumentaria as chances de o Partido Democrata eleger mais deputados no pleito geral previsto para novembro de 2026.
Confira abaixo os destaques eleitorais dos EUA nesta terça.
CALIFÓRNIA DEFINE SE ACEITA NOVO MAPA ELEITORAL
O estado vota em referendo para dar o aval à mudança de distritos eleitorais aprovada pelo Legislativo estadual. De maioria democrata, a Casa aprovou em agosto a reformulação de distritos de modo a aumentar as chances de eleição de representantes federais democratas, uma prática conhecida nos EUA como gerrymandering, feita historicamente pelos dois partidos.
Desde 2008, a Califórnia possui uma comissão paritária para definir os distritos eleitorais tanto para o Legislativo federal, como para o estadual.
O grupo é composto por 5 republicanos, 5 democratas e 4 membros sem afiliação com as duas legendas majoritárias. Ele é responsável por fazer o redesenho eleitoral no ano seguinte a cada censo demográfico nacional -realizado de dez em dez anos.
A chamada Proposição 50, matéria em votação nesta terça, ignora a autoridade da comissão e requer que o estado use o mapa eleitoral aprovado em agosto para as eleições de meio de mandato. Em novembro de 2026, o estado vai renovar todos seus deputados federais, além do Legislativo estadual, e escolher um novo governador.
A proposta indica que a comissão voltaria a redesenhar o mapa eleitoral em 2031, ano seguinte ao próximo censo nacional previsto.
A aprovação do novo mapa eleitoral californiano ocorreu no dia seguinte à decisão do Legislativo do Texas, de maioria republicana, para fazer o mesmo no estado e favorecer o Partido Republicano.
No caso californiano, o novo desenho pode ajudar os democratas a conquistarem cinco cadeiras a mais na Câmara dos Representantes em Washington, além de aumentar sua competitividade em áreas em que a disputa é historicamente mais apertada.
NOVA YORK PODE ELEGER PRIMEIRO PREFEITO MUÇULMANO E SOCIALISTA
Zohran Mamdani disputa contra o ex-governador Andrew Cuomo, também democrata, mas que corre como independente após perder as primárias do partido contra o socialista.
Jovem, socialista e muçulmano, Mamdani, 34, é a aposta democrata na cidade mais populosa do país com uma plataforma conectada à ala mais à esquerda do partido. O candidato propõe congelar aluguéis, tarifas gratuitas de transporte público e a criação de mercados de bairro públicos.
Já Cuomo é apoiado pelo atual prefeito, o também democrata Eric Adams -cujo nome ainda figura nas cédulas porque ele retirou sua candidatura após o prazo, que terminou ainda no primeiro semestre. O ex-governador busca o eleitor moderado e conservador que teme uma vitória de Mamdani. Com menos projeção, Curtis Sliwa disputa pelo Partido Republicano.
Detroit, Atlanta, Minneapolis, Pittsburgh e algumas outras grandes cidades do país também terão eleição para a Prefeitura.
VIRGINIA TERÁ UMA GOVERNADORA PELA PRIMEIRA VEZ
O estado da Virgínia vai eleger nesta terça uma governadora pela primeira vez. Estão na disputa a atual vice-governadora, a republicana Winsome Earle-Sears, e a ex-deputada democrata Abigail Spanberger. O estado elege separadamente governador e vice, e também terá no pleito a escolha de um novo procurador-geral.
NOVA JERSEY TAMBÉM ESCOLHE NOVO GOVERNADOR
O estado também elege novo governador nesta terça. A deputada democrata Mikie Sherrill disputa contra o republicano Jack Ciattarelli.
POSSÍVEIS MUDANÇAS NA SUPREMA CORTE DA PENSILVÂNIA
Uma votação para definir se três juízes ganham mais um mandato de dez anos pode acabar com a maioria democrata no tribunal máximo de um estado-chave para eleições presidenciais.
Votações do tipo são comuns em vários estados e não costumam receber muita atenção de eleitores, que podem remover um juiz do cargo caso a maioria vote para não renovar o mandato do titular.
Neste caso, no entanto, a população pode remover de uma só vez os três juízes, encerrar a maioria de 5 a 2 pendente para os democratas, e resultar em um tribunal bloqueado por um equilíbrio de 2 a 2 enquanto o governador democrata Josh Shapiro e o Senado estadual, de maioria republicana, não concordarem sobre novos nomes temporários para a corte.

 
 







