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Documentos apresentados a investidores mostram que a Anthropic prevê atingir o breakeven até 2028, enquanto a OpenAI projeta prejuízo operacional de US$ 74 bilhões no mesmo ano.
Em 2025, ambas terão queima de caixa em torno de 70% da receita, mas a Anthropic prevê reduzir este percentual significativamente a partir de 2026, chegando a 9% em 2027, enquanto a OpenAI mantém o índice elevado.
A Anthropic foca em produtos corporativos, que respondem por 80% de sua receita, e adota postura mais cautelosa no controle de custos. Já a OpenAI investe massivamente em tecnologia e pessoal para buscar liderança e escala, dependendo fortemente de novas captações.
No setor, cresce a preocupação de investidores com o volume de recursos consumidos por startups de IA e o temor de uma bolha tecnológica.
* Resumo gerado por inteligência artificial e revisado pelos jornalistas do NeoFeed
A OpenAI pode até ter sido pioneira na apresentação da Inteligência Artificial (IA) generativa ao mercado, tornando-se referência entre as startups do setor. Mas a Anthropic deve ser a primeira a se mostrar rentável — tema que vem ganhando relevância entre os investidores.
A constatação é do The Wall Street Journal (WSJ), com base na análise de documentos compartilhados pelas duas companhias com investidores. A Anthropic prevê atingir o breakeven até 2028, enquanto a OpenAI projeta prejuízos operacionais de US$ 74 bilhões naquele ano.
De acordo com os documentos, a situação de ambas será semelhante em 2025. A OpenAI prevê uma queima de caixa de US$ 9 bilhões após gerar US$ 13 bilhões em vendas este ano, enquanto a Anthropic estima consumir quase US$ 3 bilhões sobre US$ 4,2 bilhões em receita — cerca de 70% para ambas.
A partir de 2026, a Anthropic se tornará significativamente mais eficiente. A empresa prevê reduzir seu consumo de caixa para cerca de um terço da receita, contra 57% da OpenAI. Em 2027, essa taxa cai para 9% na Anthropic, enquanto permanece inalterada na OpenAI.
A diferença nas projeções reflete abordagens distintas das duas maiores startups de IA em valor de mercado. Avaliada recentemente em US$ 183 bilhões, a Anthropic adota postura mais cautelosa, mantendo os custos alinhados às receitas.
Fundada em 2021 por Dario Amodei — que deixou a OpenAI após divergências com Sam Altman —, a Anthropic foca em produtos para empresas, com o segmento corporativo representando 80% da receita. Seus modelos também são amplamente utilizados por programadores.
A OpenAI, por outro lado, investe bilhões em microprocessadores, data centers e contratação de mão de obra altamente qualificada para expandir suas capacidades e desenvolver novos produtos, como um aplicativo de criação de vídeos, um navegador de internet e até robôs humanoides.
Essa estratégia reflete o desejo de Altman de transformar a OpenAI em uma gigante multitrilionária da tecnologia, mantendo o pioneirismo em IA no médio e longo prazo.
Mas isso tem um custo: a criadora do ChatGPT prevê gastar cerca de 14 vezes mais que a Anthropic antes de alcançar lucro em 2030. A OpenAI dependerá de novas captações para financiar suas operações — em abril, levantou US$ 40 bilhões em rodada Série F e, em outubro, passou a valer US$ 500 bilhões após rodada secundária.
Os investimentos em IA e seu potencial retorno têm gerado controvérsia no mercado. Muitos investidores questionam os bilhões consumidos por startups como a OpenAI e por gigantes como Meta e Microsoft em infraestrutura e pessoal. O receio de uma bolha tecnológica é crescente.
Ao defender o volume de investimentos, Altman escreveu recentemente no X que o principal risco seria a OpenAI ter menos capacidade de processamento do que o necessário.
Na semana passada, a CFO Sarah Friar afirmou que a OpenAI possui margens saudáveis e já poderia atingir o breakeven, se quisesse, mas está focada em investir no futuro e testar diferentes modelos de negócios.









