Um BYD Dolphin 100% elétrico pegou fogo na tarde de domingo (19) em Santa Maria (RS), enquanto estava estacionado em uma rua da região central. O Corpo de Bombeiros informou que o incêndio teria começado durante uma recarga improvisada da bateria, mas a perícia técnica ainda vai confirmar as causas.
De acordo com informações preliminares, o proprietário teria utilizado uma extensão comum conectada à rede elétrica e deixado o carregador portátil dentro do carro, com as janelas parcialmente fechadas — prática não recomendada pela montadora nem por empresas especializadas em infraestrutura de recarga. Esse tipo de arranjo pode provocar superaquecimento e curto-circuito, aumentando o risco de incêndio.
Apesar das chamas, as imagens do local mostram que a bateria e o sistema elétrico do veículo não foram atingidos. O fogo teve origem no interior do carro e foi controlado rapidamente pelos bombeiros, sem registro de feridos.
Segundo dados da própria BYD, a marca já acumula quase 200 mil veículos eletrificados vendidos no Brasil, entre híbridos e elétricos. Este é o primeiro registro público de incêndio envolvendo um modelo elétrico da empresa no país, o que indica a raridade de ocorrências do tipo.
Foto de: Reprodução
Em publicação nas redes sociais, Clemente Gauer, diretor de Segurança da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), destacou que o episódio, embora lamentável, é um alerta educativo sobre a importância da recarga correta.
“O provável motivo não foi o veículo em si, mas uma improvisação de recarga. Extensões e carregadores deixados confinados dentro do carro aumentam o risco de aquecimento. É uma gambiarra que não deve ser replicada”, afirmou Gauer.
O especialista ressaltou ainda que veículos elétricos são altamente seguros e que incidentes desse tipo estão ligados a externalidades, não a falhas de projeto.
“Com uma frota da BYD que já beira 200 mil veículos no Brasil, casos assim são absolutamente raros. O problema está na recarga fora das normas. Recarga segura é recarga planejada”, completou.
Entre as recomendações técnicas citadas pela ABVE estão:
Instalação de wallbox fixo com circuito dedicado e proteção adequada;
Evitar extensões ou adaptadores;
Cumprir normas técnicas e obter laudo de instalação;
Facilitar a recarga condominial, com regras claras e infraestrutura específica.

Foto de: Reprodução
O caso reacende a discussão sobre a necessidade de regulamentar melhor os pontos de recarga residenciais e públicos no Brasil, para garantir segurança tanto aos usuários quanto à rede elétrica. Isto posto, é mais uma prova da segurança dos sistemas elétrico e de baterias dos VEs.