A Mercedes-Benz está prestes a abandonar o visual “manteiga derretida” de sua atual linha elétrica. Um protótipo do novo E-Class elétrico (que deve substituir o EQE) foi flagrado em testes com um estilo totalmente reformulado, sinalizando que a marca prepara uma virada importante na linguagem de design de seus modelos a bateria.
O vídeo, publicado pelo canal CarSpyMedia no YouTube, mostra o sedã em camuflagem pesada, mas ainda assim é possível notar mudanças significativas nas proporções. O capô está mais reto, a tampa do porta-malas parece mais alta e o entre-eixos está claramente alongado, com uma relação “dash-to-axle” (distância entre o eixo dianteiro e a base do para-brisa) mais generosa — elementos típicos dos modelos com motor dianteiro longitudinal.
Outra diferença perceptível é a posição mais recuada da cabine, contrastando com o formato de “monovolume” adotado na família EQ. Esse tipo de proporção, tradicional em sedãs de tração traseira, costuma agradar mais aos olhos e reforçar a sensação de elegância. Mesmo assim, o modelo mantém balanços curtos, característica comum em elétricos, já que o conjunto motriz ocupa menos espaço.
O protótipo também parece trazer eixo traseiro direcional, tecnologia já presente no atual EQE. Além de melhorar a manobrabilidade, o sistema ajuda a reforçar a sensação de estabilidade em curvas, o que indica que a nova geração continuará priorizando conforto e dirigibilidade refinada.
Mudança necessária
A reformulação visual chega em boa hora. Segundo o chefe de design da Mercedes-Benz, Gorden Wagener, o estilo da linha EQ “chegou dez anos antes do tempo”. Embora a proposta aerodinâmica fosse moderna, muitos clientes não se identificaram com o visual fluido e sem a imponência típica dos modelos da marca.
Essa falta de identidade afetou até mesmo os topos de linha, como o EQS. “Um cliente que compra um Classe S tem uma imagem muito clara do que aquele carro representa — e o EQS não transmite a mesma presença”, comentou Wagener recentemente.

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Além da aparência, o comportamento dinâmico também foi criticado. Apesar de potentes, versões como o EQE AMG não entregam a experiência esportiva que os compradores da divisão AMG esperam. Segundo o jornalista Jeff Glucker, autor da matéria original do Motor1.com USA, o desempenho impressiona nos números, mas não emociona ao volante — algo que o tradicional S63 a combustão ainda faz com maestria.
Próxima geração de elétricos
Com o novo Classe E elétrico, a Mercedes pretende corrigir esses erros. A próxima leva de EVs e híbridos plug-in da marca deve unir design mais tradicional, melhor dinâmica e uma experiência de condução mais próxima do que o público espera de um Mercedes-Benz.
Este flagra é o primeiro indício concreto de que essa transformação já começou.









