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Embraer coloca aumento da remuneração aos acionistas no “plano de voo”


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Após superar desafios como o fim da parceria com a Boeing e o impacto da Covid-19, a Embraer retomou em 2023 o pagamento de dividendos e discute possíveis aumentos na remuneração aos acionistas, incluindo recompras de ações.

No entanto, segundo o CFO Antônio Garcia, não há decisão a curto prazo sobre elevar além do mínimo legal de 25% do lucro líquido.

Apesar de tarifas americanas, que impactaram em até US$ 27 milhões em 2024 e poderão chegar a US$ 65 milhões em 2025, a empresa registrou no terceiro trimestre receita líquida 18% maior (US$ 2 bilhões), porém lucro líquido ajustado 75,5% menor (US$ 54 milhões).

* Resumo gerado por inteligência artificial e revisado pelos jornalistas do NeoFeed

Depois de quase seis anos, a Embraer retomou, no ano passado, o pagamento de dividendos, após superar uma série de dificuldades — do fim do acordo com a Boeing aos efeitos da Covid-19 no setor aéreo.

Sem grandes planos de investimento à vista, alguns investidores e analistas começam a vislumbrar a possibilidade de a empresa elevar a remuneração para além do mínimo legal de 25% do lucro líquido.

Sobre o tema, o CFO da companhia, Antônio Garcia, afirmou que a Embraer está avaliando sua estrutura de capital e dando atenção à política de remuneração, mas destacou que nenhuma decisão deve ser tomada no curto prazo.

“Nós voltamos a pagar dividendos no fim do ano passado e estamos muito felizes em poder fazer isso”, disse ele na terça-feira, 4 de novembro, em call com analistas.

“Não temos uma resposta neste momento [sobre aumentar a remuneração], mas estamos avaliando novas medidas nessa direção, como recompras de ações, algo que está na mesa para discussão”, complementou.

Em março, a Embraer anunciou um programa de recompra de ações, ainda pequeno — equivalente a 0,15% dos papéis em circulação — para manutenção em tesouraria e cumprimento de planos de remuneração baseados em ações.

Garcia ressaltou que dividendos adicionais estão descartados por ora, afirmando que o pagamento de 25% já representa um bom patamar para uma empresa de uso intensivo de capital, como é o caso da Embraer.

O tema ganhou força após a empresa sinalizar a possibilidade de pagamentos extras. No balanço do terceiro trimestre, a Embraer informou que, para o ano fiscal de 2025 e seguintes, pretende analisar os benefícios fiscais trimestrais das declarações de juros sobre o capital próprio.

“Esses valores serão acrescidos — se necessário — de um dividendo complementar para cumprir o pagamento mínimo de 25% do lucro líquido”, diz trecho da nota no balanço.

O debate sobre remuneração mostra como a Embraer superou os desafios dos últimos anos e vem conseguindo driblar os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos a seus produtos, além dos problemas na cadeia de fornecimento de peças para o setor aéreo.

Neste trimestre, o impacto das tarifas de importação americanas foi de cerca de US$ 17 milhões, somando US$ 27 milhões no acumulado do ano. A expectativa é que o impacto total em 2025 fique entre US$ 62 milhões e US$ 65 milhões, com efeito negativo de US$ 35 milhões a US$ 38 milhões ao fim do ano.

O CEO Francisco Gomes Neto afirmou que as negociações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos têm sido positivas.

“Os dois países continuam com o processo de negociação e estamos muito otimistas. Havendo um acordo bilateral, as chances de aviões e peças voltarem à alíquota zero são muito boas, como vimos em acordos com Reino Unido, Europa, Japão e Indonésia”, disse o CEO.

Sobre o fornecimento de peças, ele disse que os riscos de desabastecimento foram superados e que o desafio agora é manter a estabilidade da produção.

Executivos também apontaram que a margem Ebit ajustada pode ficar próxima do topo da faixa projetada — ou levemente acima — dependendo do nível de entregas no quarto trimestre. A Embraer estima margem entre 7,5% e 8,3%.

A companhia encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido ajustado de US$ 54 milhões, queda de 75,5% na comparação anual, já que o resultado do ano anterior foi impulsionado pelo acordo com a Boeing que encerrou o processo relativo ao rompimento da fusão.

A receita líquida cresceu 18%, para US$ 2 bilhões, enquanto o EBITDA ajustado aumentou 14%, totalizando US$ 236 milhões.

Por volta das 12h30, as ações EMBJ3, da Embraer, caíam 2,1%, a R$ 85,52. No ano, os papéis acumulam alta de 48%, levando o valor de mercado a R$ 64,6 bilhões.



Fonte: NeoFeed

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