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China cria baterias para 1.300 km — mas os EUA não terão acesso


A chinesa Chery Automobile é a mais nova competidora na corrida pelas baterias de estado sólido. A empresa afirma ter desenvolvido uma tecnologia capaz de mais que dobrar a autonomia dos carros elétricos atuais, além de oferecer níveis superiores de segurança mesmo sob condições extremas. No entanto, novos controles de exportação da China podem impedir que essa inovação chegue à América do Norte.

Segundo a Bloomberg Intelligence, a Chery é atualmente o quarto maior fabricante de automóveis da China em volume de vendas e o maior exportador de veículos do país, à frente da BYD no primeiro semestre de 2025. A marca produz modelos 100% elétricos, híbridos plug-in e a combustão sob diferentes submarcas — como Chery, Exeed, Omoda, Jetour e iCar. Agora, sua entrada no segmento de baterias de estado sólido representa um novo rival para CATL e BYD.




Foto de: Chery

As baterias de estado sólido são vistas por especialistas como o “Santo Graal” da eletrificação: podem eliminar a ansiedade de autonomia, reduzir o tempo de recarga e oferecer maior durabilidade em comparação às células de íon-lítio tradicionais. Várias montadoras chinesas e ocidentais já testam protótipos, e alguns carros elétricos equipados com baterias semissólidas (com eletrólito em gel) já estão à venda na China.

De acordo com a agência Cailian News, a Chery apresentou um módulo de bateria de estado sólido com densidade energética de 600 Wh/kg, mais que o dobro da média atual das baterias de íon-lítio. Um valor tão alto é praticamente inédito no setor e, se a empresa conseguir levá-lo à produção, o resultado poderá ser uma autonomia de até 1.300 km no ciclo chinês CLTC (China Light-Duty Test Cycle).



Chery - Exlantix Sterra

Foto de: Chery

Durante a Chery Global Innovation Conference, a montadora explicou que sua bateria usa um cátodo rico em manganês e um eletrólito sólido polimerizado in situ. Segundo um estudo da Royal Society of Chemistry, esse tipo de eletrólito — responsável pelo movimento de íons durante a carga e descarga — é formado dentro da própria célula por meio de um processo eletroquímico complexo, em vez de ser fabricado separadamente.

A Chery afirmou ainda que seu módulo sobreviveu a testes extremos, incluindo perfuração por prego, sem risco de incêndio ou fumaça, segundo o site CarNewsChina. O plano é iniciar um programa-piloto em 2026, com lançamento comercial previsto para 2027. Caso cumpra esse cronograma, a empresa pode superar BYD e CATL na corrida pela primeira bateria de estado sólido viável para o mercado.

Ao mesmo tempo, o governo chinês reforça o controle sobre a exportação de tecnologias estratégicas do setor. Novas regras anunciadas recentemente incluem restrições à saída do país de baterias de íon-lítio, cátodos, ânodos de grafite e equipamentos de produção. As limitações afetam especialmente baterias com densidade energética acima de 300 Wh/kg e tecnologias avançadas de lítio-ferro-fosfato (LFP). Não se trata de uma proibição total, mas de uma regulação rigorosa que restringe o fluxo dessas tecnologias para outros mercados.

Ainda assim, os números divulgados por fabricantes sobre as futuras baterias de estado sólido permanecem promessas não concretizadas. Mesmo que avancem, é provável que as primeiras aplicações apareçam em modelos de luxo ou esportivos, com a adoção em massa levando ainda alguns anos.



Fonte: UOL

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