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Volkswagen tem chips por uma semana e teme novo colapso; Brasil em alerta


A Volkswagen confirmou que suas fábricas na Alemanha seguirão operando normalmente apenas até o fim de outubro, diante da incerteza gerada pelo bloqueio de exportações da fabricante de chips Nexperia, controlada pela China. O grupo, que reúne marcas como Audi, Porsche, Skoda e Seat, tenta proteger sua cadeia de suprimentos, mas admite que não pode descartar impactos a curto prazo.

O impasse começou após uma decisão do governo holandês de restringir o acesso chinês à Nexperia, o que levou Pequim a reagir com limites à exportação de semicondutores. O episódio trouxe de volta o fantasma da escassez de chips que paralisou linhas de montagem entre 2020 e 2022, no auge da pandemia.

Segundo fontes internas, a produção na sede de Wolfsburg está garantida até o feriado regional de 30 de outubro. “As operações seguem asseguradas para a próxima semana, mas não é possível prever o que ocorrerá depois disso”, declarou um porta-voz da companhia.

Embora a Nexperia não forneça diretamente para montadoras como Volkswagen, BMW ou Mercedes-Benz, seus chips simples e de uso amplo são essenciais para módulos eletrônicos usados por fornecedores do setor. Com isso, a restrição chinesa pode afetar toda a cadeia automotiva europeia, ainda em processo de recuperação logística após a pandemia.



vw-id-3-produktion-in-zwickau

O sindicato IG Metall alertou que alguns fornecedores já enfrentam dificuldades. A Bosch, por exemplo, iniciou um plano de suspensão temporária de empregos em sua planta de Salzgitter, citando incertezas no fornecimento de semicondutores. A medida acendeu o alerta para possíveis paralisações em outras empresas.

Nas fábricas de veículos elétricos da Volkswagen, como Zwickau, onde são montados ID.3 e ID.4, a situação é ainda mais delicada. A produção de modelos elétricos depende de uma quantidade muito maior de chips, e qualquer interrupção pode atrasar entregas e comprometer metas de eletrificação.



Volkswagen ID.4 Production em Emden, Alemanha

O caso reforça o debate sobre a necessidade de maior autonomia industrial na Europa, que ainda depende fortemente de fornecedores asiáticos em tecnologias críticas. Segundo analistas, a resposta pode incluir incentivos à produção local e acordos bilaterais para estabilizar o fluxo de componentes.

No Brasil, a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) também expressou preocupação com os desdobramentos da crise. A entidade estima que cada veículo moderno utiliza entre 1.000 e 3.000 chips e alerta que uma nova interrupção no fornecimento global pode paralisar fábricas nacionais em poucas semanas.

Em comunicado de 27 de outubro, a Anfavea afirmou que “a atual crise remete a um cenário semelhante ao vivido durante a pandemia” e pediu ações coordenadas do governo federal para garantir o abastecimento. Segundo a associação, fornecedores locais já relatam redução significativa no volume de semicondutores destinados a sistemas de controle, injeção eletrônica e módulos de conectividade.

A entidade também defende que o Brasil avance em políticas de incentivo à produção nacional de componentes eletrônicos, reduzindo a dependência externa em itens estratégicos para o setor automotivo — especialmente em um momento em que o país avança na eletrificação da frota.



Fonte: UOL

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